quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Celebridades


Oi pessoal tudo bem ?  Estou muito feliz ....... Depois de alguns meses de espera, finalmente, fiz minha colação de grau, agora posso dizer com letras garrafais: SOU UM PUBLICITÁRIO !!!!. Para coroar essa minha conquista, vou publicar em primeira mão, uma parte da minha monografia a qual fui aprovado com louvor pela banca examinadora. O tema CELEBRIDADES não foi escolhido ao acaso , mas com plena convicção, pois sei que é um tema de alta grandiosidade, não poderia cair ao meu esquecimento............ Vamos lá ?

CELEBRIDADE é uma pessoa amplamente reconhecida pela sociedade, A palavra deriva-se do latim celebritas. Pode também ser definida como uma identidade, Essa construção de identidade utiliza suprimentos oriundos de diversas áreas, tais como: história, geografia, religião, faz uso da memória coletiva, ou seja, celebridades são apenas seletos indivíduos que promovem a vinculação de grupos sociais em função da imagem que sustentam. O mundo é uma reunião, homens e mulheres procuram se identificar com grupos, A reunião, portanto se dá a partir do vinculo volátil que traz embutida a sensação de viver reunido o ato do consumo.

Esse consumo, porém, só tem valor se for referente a produtos atrelados a ícones da mídia, ou seja, a venda não é do produto e si, mas da imagem da celebridade que explicita e da consequente identidade grupal que representa. Os processos de identificação significam aparecer ser diferente por essa  diferença singular e assim a procura da identidade não pode deixar de dividir e separar. Isso nos mostra que o indivíduo compra a imagem da celebridade justamente por representar uma identidade exclusiva e assim o mesmo mundo que reúne seres mortais ao redor do ícone separa a celebridade que é mitificada. Um mundo com tantas mudanças é de fato desestabilizador do sujeito. pois compartilhamos e participamos ao mesmo tempo e sucessivamente uma série de "mundos" uma diversidade de imagens, de acordo com nossa posição no mundo e com nossa ontologia cultural. O sujeito assume identidades transitórias em diferentes momentos nesta "celebração móvel" quem atua na (re)construção das relações sociais é a mídia, através da criação e divulgação de celebridades que são constantemente remodeladas, a fim de vender um estilo sedutor, uma imagem glamorosa e uma aparência fashion, agregando pessoas ao redor. 

Todos ou a maioria desejam ser celebridades. Invariavelmente, o motivo é abraçar duas características fascinantes da vida líquida conceito desenvolvido pelo filósofo Baumann : "È uma sociedade em que as condições sob as quais agem seus membros mudam num tempo mais curto do que aquele necessário para a consolidação, em hábitos e rotinas num curto espaço de tempo". Ganhar dinheiro e renome, atributos que providenciarão ao indivíduo um diferencial na sociedade. De uma reles mortal dona de casa que vende sua história de vida a um programa de auditório passando por cantores, atores de alto e baixo escalão, participantes de reality shows. modelos, não importa função, o que tem de ser relevante é a ponte que a futura celebridade construirá com seus fãs, A busca pela condição de celebridade inicia-se na infância e é implantada geralmente pela mãe, pois o padrão que encanta as mulheres atualmente provém das passarelas.

São inúmeras as celebridades que lutam para estar na mídia. As celebridades como são efêmeras, desfilam num carnaval no auge da carreira e, após dois meses já não são lembradas, vivem num fluxo intenso de mutações e é por este motivo que brindamos essas construções humana das mídias com os conhecidos "5 minutos de fama" e nada mais, além disso. Afinal, o que realmente nos interessa não é a longa duração do seu status como pessoa ditada de glamour e sucesso, pois existe um tempo de vida útil da celebridade, mas sim a velocidade com que a mesma atinge o ápice da notoriedade, formando assim a duração de uma existência individual

Para começar a pensar em como se desenvolve a relação celebridade X consumidor, é necessário compreender o papel da televisão como mídia ideal para criar um padrão de comportamento. A televisão faz essa homogeneização através da sedução da linguagem áudio visual atraindo o público telespectador pela musicalidade das palavras e pelo encantamento das imagens. Porém, com muito mais impacto nesta última, transformando a visão do mundo de quem as absorve. Essa transformação acontece por que o homem procura respostas que reforcem sua condição humana que lhe deem parâmetros para qual caminho seguir, que façam um elo entre o que ele é o que ele pode se tornar, ou seja, do real em contraponto com a força do imaginário

A máquina que fala sozinha anula a troca essencial da comunicação, desenvolvendo um monólogo, substantivo do diálogo. Ganha-se a discussão por meio de puros jogos de palavras que significam que a televisão se utiliza do discurso eurístico para abocanhar a massa humana. O homem é doutrinado a transformar-se em receptor usuário e propagador da ideologia humana. Consumo e TV fundem-se e se complementam na ânsia  de fechar o cerco ao consumidor, estabelecendo uma ordem de sedução perversa na relação humana e provocando a exclusão das diferenças individuais, através de uma linguagem padrão de consumo. A expansão da televisão se inicia a partir do anos 50 tornando-se a principal forma de lazer e entretenimento das pessoas, criando uma nova cultura. Mais do que isso, surgimento da televisão representou a criação de um ambiente comunicacional direto. Não eram todas as residências que possuíam TV e assim ela passou a ser instrumento de socialização afetiva e de consumo. Não são mais as celebrações folclóricas ou as festas que reúnem as pessoas, mas sim a TV e os conteúdos que ela veicula . O lazer não é mais tempo dedicado ao descanso, mas tempo de consumo. Porém, aquela época, o consumo era a TV retratando o mundo mais fielmente, não ainda o mundo dos desejos e aspirações criados pela própria TV mas o fundo fora dela, o cotidiano das pessoas veiculado para as pessoas, a televisão caracterizada peça metáfora  "A janela do mundo". A TV tornar-se uma fábrica de sonhos, fantasias e desejos. deixa de ser ' A janela do mundo" para ser ela mesmo "O mundo", Esse "mundo" é para os telespectadores o seu "mundo", o dia-a-dia ele não tem mais, devido ao tempo dedicado ao trabalho, ao stress no trânsito ou ás horas destinadas ao universo virtual em detrimento do contato pessoal. O telespectador liga a TV para ter sua rotina de volta.

Cada vez menos a televisão funciona como um meio que noticia qualquer coisa a alguém, até o telejornal que deveria ter essa função, passa a transmitir o ficcional, criando shows para divulgar as notícias. O show, a emoção, a fantasia são elementos em déficit  (gerado pela mídia) no cotidiano dosa telespectadores, por isso eles direcionam cada vez mais essa busca para o alimentos que a tela oferece. A celebridade, nesse contexto, é o tal do alimento, imagético e mutante que embora distante por tratar-se de uma imagem divulgada pela TV, tornar-se próximo através da dimensão da ilusão que promove no telespectador. Podemos dizer então que as celebridades contracenam no espetáculo criado pela cultura de massa, Por meio desse "espetáculo" é que se manifesta o imaginário, o universo das aspirações e desejos, dos sonhos e anseios, das vontades ocultas, da liberdade, do mundo perfeito, embora efêmero. A mídia incorpora esse imaginário e o devolve ao telespectador com nova roupagem, Como se estivesse divulgando algo desenvolvido exclusivamente para ele.

A celebridade determina o prestígio do canal televisivo, a imprensa de massa vedetiza tudo que se refere as próprias vedetes: Suas conversas, beijos confidências, flashes, como se o espectador fosse o voyeur de um grande espetáculo, de um grande show permanente cujos deuses seriam os atores ou nesse caso., as celebridades. Quando o público escolhe um certo programa, na verdade é a celebridade que está sendo veiculada e portanto assistida. Assistir a celebridade e não ao programa ou assistir ao programa da celebridade apenas por que está em evidência na mídia, nos conduz a pensar o quanto valorizamos essa construção de imagem da celebridade. Quando a emissora de TV decide contratar um astro da mídia para apresentar um programa ou protagonizar uma novela, é preciso entender que cada celebridade tem seu espaço e tempo de vida pré- definido pela mídia. O que a gente percebe é que as celebridades são respostas mesmo. Trata-se de uma indústria, os 15 minutos de fama concedidos a todas as celebridades vulgarizam a construção e a solidificação da identidade "astro" no grupo de pertencimentos. Quantos desses famosos já não emprestaram sua imagem física para divulgar sabonetes, fraldas e produtos bancários?

O telespectador envolvido pela imagem da celebridade está pronto para devorar inconscientemente o que lhe é oferecido, diante de outros meios de comunicação, a televisão absorve todos os sentidos. A visão e a audição são aqui envolvidas de uma forma plena mais do que o teatro, Ainda que de modo condensado, meio minuto de TV equivale a três de teatro, atuando nesse curto espaço de tempo podemos dizer que a função primordial da televisão é enfeitiçar o telespectador promovendo um desejo súbito de adquirir certo produto ou serviço, desejo que se tornará necessidade urgente, repentina e passageira.

Ao mesmo tempo em que a TV nos proporciona uma infinidade de imagens (falsa impressão de nos "trazer o mundo") nos concebe como indivíduo "vivo" aos olhos do outro, ou seja, saímos do nosso próprio corpo para pertencer a civilização e não a cultura. Essa fábrica voraz de imagens chamada TV que reflete  e cria a civilização faz com que o homem construa outro mundo, um universo, uma criação simbólica. A recepção as imagens televisivas proporciona prazer, satisfação, criando consequentemente hábitos. tanto é que a televisão faz parte da rotina dos brasileiros, que o telespectador passa aproximadamente quatro horas por dia na frente da telinha. Tal hipnose é percebida através do consumo desenfreado da saturação de imagens oferecidas pela TV, sem ser necessário ser alfabetizado nem ter mobilidade física.

No cotidiano, é  comum, comentarmos assuntos (dos mais diversos) trazidos pela televisão. A vilâ da novela foi presa, o preço da gasolina que subiu, os réus do caso mensalão que foram absolvidos, Esses, entre outros, são discutidos, devido ao papel que a TV exerce na sociedade. Ela cria pautas e isso se dá por que criamos "laços" de afinidade com a TV, trocamos a vida privada pela pública e vice-versa. É comum em programas de auditórios uma determinada pessoa abrir sua vida ao público, contar sua estória para dar ibope para a emissora, enquanto a TV age dessa maneira cria sensacionalismo, banaliza, vulgariza e desmoraliza o indivíduo.

O que faz uma celebridade durar mais do que seu tempo já pré-programado de visibilidade? Quais enfim são as diferenças entre ser famoso e celebridade? Essas e outras questões foram desde o início algumas das motivações da reflexão que agora temos neste artigo. Espero que após sua leitura , você possa ter absorvido e tirado suas respectivas conclusões sobre o tema abordado.

Referências  

ZOVIN, Cristiane, Celebridades: a influência dos padrões de consumo no Brasil. Rio de janeiro : Papers, 2010. 92 p.



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